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TOdo o amor do munDO (ou... das alegrias e desventuras da maternidade)
Acordei e resolvi ligar a TV. Propagandas do período do dia das mães. Românticas e belas. Dá vontade de sair comprando tudo. Qual milagre o marketing não faz? "Be heroes, just for one day" (David Bowie). E é a sina das mamães. E acho que apenas um dia é injusto. Não há dia do "homem-caucasiano-de-30 anos". E temos dias para um monte de coisas. Reparar injustiças?
E eu acho que dar às mães apenas um dia é injusto sim. Parei pra pensar no quão complicado é ser mãe. Profissão em período integral, sem férias, hora extra, direitos. Nove meses de expectativas, sono, enjôos, humor alterado. Fora as infindáveis buscas de móveis e roupinhas para o futuro rebento e, por fim, as intermináveis contas. Fralda suja, seis trocas de roupa por dia, choro de madrugada, peito trincando, etc e tal.
Segunda fase. Educar. Ensina a falar, banheiro, engatinhar, andar, mostrar o mundo. Teoricamente, o que pode e o que não pode. Dai o pimpolho cresce, passa a responder, achar que é gente, até que, um dia declara a sua independência e decreta o absurdo: mãe é um saco, pegajosa, puxa saco, inconveniente, fuça em tudo, fiscaliza, quer decidir rumos da nossa vida.
Além disso, hoje a mãe tem de dar conta do sustento da casa. Direitos iguais. Que justo, não? Sai voando do trabalho, com o peito cheio de leite, doendo e derramando,pra ver seu faminto. Fora as febres de madrugada, doença do filhote, dentinho nascendo, fazer e zelar da comidinha do bebê, além das obrigações de esposa e de dona do lar.
Entretanto, o fato é que eu poderia ficar dias tentando entender o que, como homem, nunca conseguirei em complitude: o valor e o preço da satisfação de ser mãe, coisa para a qual ninguém está, nem será preparado. Recebendo algo que não tem preço, amor que não há igual.“Renovadora e reveladora do mundo. A humanidade se renova no teu ventre, mãe”.(Cora Coralina)
Esse texto é dedicado a todas as mães. Duas em especial. À minha, Angélica, por bravamente me suportar todos esses anos. Com seu temperamento forte e sui generis, ela conseguiu fazer tudo o que eu descrevi acima com maestria. O que eu sou hoje, devo basicamente à ela. Eu a amo muito e agradeço. E se o Dia das Mães servir pra me fazer pensar sobre isso, então já achei uma utilidade. Segunda pessoa. A mais nova mãe que eu conheço: Camila Beja. Desejo a você e sua filhinha linda, Débora, toda a felicidade do mundo.
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