Nada deve ser escrito. O que foi escrito não deve ser lido. O que foi lido não deve ser dito. Pois hoje é dia de um significante que não significa a si mesmo, porque seu significado transcende a tudo. Porque as palavras perdem sentido diante de momentos fecundos.
Todo pecado foi anistiado. E tudo o que um dia foi pôde voltar sem mácula alguma. Porque hoje os anjos se regozijam em festa no céu. Há recesso no purgatório e, no inferno, ponto facultativo. E todos os heróis foram pra casa, sentindo-se desnecessários.
Esse texto foi escrito porque este é o dia que regras não fazem a menor diferença. Porque os traços do real estão de folga e foram passear na praia. Porque não há evolução, não há avanço e não há progresso. A leveza do instante substituiu o grande plano.
Porque hoje o sonho veio e salvou o mundo com seu sorriso. E a grandeza do divino agora se desfalece diante da alma, da beleza e da inocência humanas. Diante de algo que os anjos nunca vão entender e os homens nunca vão conseguir explicar.
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