quarta-feira, abril 12, 2006

CAchorrOS PErdidOS (ou... Que me desculpem os Ressentidos)

Em um texto chamado "Luto e Melancolia", Freud (o cara da psicanálise, sonhos,
inconsciente, etc e tal...) explica que, em reação a perda de algo ou alguém,
uma pessoa pode desenvolver dois tipos distintos de reação: o luto ou melancolia
(parece obvio, né?). Em ambas, o princípio da dor pela perda é comum, pois tanto
um quanto o outro são tentativas de desvio de libido do objeto amado (e perdido,
isso é importante). No entanto a diferença é que o luto tem claramente definido
o objeto de sua perda. Enquanto isso, láaahhh... na melancolia, o objeto da
perda permanece retirado da consciência. Ou ainda, não se pode saber o que de si
se perdeu neste alguém. [Em miúdos: a pessoa sofre pela perda mas não sabe o que
perdeu. Simples assim.] O objeto simplesmente não corresponde à representação
que a pessoa fazia dele, então ela permanece ligada... e não sabe dizer o que é
que a mantem nesse estado. Deste modo, ao contrário do luto que pode, ao fim do
processo, separar-se do objeto da perda, a melancolia permanece atrelada à perda
uma vez que o objeto da perda e seu próprio ego estão fundidos no mesmo
processo, não permitindo que o desvio de libido se complete, pois uma vez
concluído, significaria a morte do próprio ego.

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