A palavra “cobiça” não me causa espanto na boca ou nas mãos de ninguém. Vivemos nada mais do que a fantasia desenfreada do que somos. Estimulados continuamente a imaginar e a viver em um conto de fadas moderno. Voyers da existência, fleumas do instinto.
O empobrecimento das relações aumenta a carência, o egoísmo, e a comercialização da afetividade. Amor que vale tanto quanto chocolate. Tanto quanto a espera do inesperado. Tanto quanto, sobretudo nada.
Um crescente empobrecimento afetivo. Por medo de envolvimento, mobilizados pela necessidade de encontrar satisfação na vida frente à ausência de sentido da existência. O medo de envolvimento é o mais gritante de todos.
Pessoas virando objetos com tranqüilidade, buscando sonhos longínquos que se adaptem a um imaginário tortuoso de desejos ilimitados. É como se o tempo todo falássemos que nada serve. Ou melhor. Serve tudo aquilo que é perfeito, justamente porque não se pode tocar.
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