Tenho lido alguma coisa sobre Economia e História do Brasil. Além do fato de esses temas terem adquirido uma importância maior pra mim - prova cabal de que, sim, estou ficando velho - tenho pensado bastante coisa de uma perspectiva... ahnm, menos... rebelde.
Sim, o Brasil passou, ao longo de sua história econômica, por uma série de abusos descabidos que, na melhor das hipóteses, levaram boa parte do que poderíamos ter usado, numa primeira análise, para construir riquesa aqui. E eu não me refiro a exportação de dançarinas de axé - falo de comodites bem mais clássicas: ouro, açucar, madeira, café, engenheiros e jogadores de futebol.
Mas não consigo deixar de pensar que, ainda assim, ficamos com algum lucro, justamente pelo fato de termos sido colonizados por portugueses, esses, sabidamente, não são os maiores especialitas em gestão e capitalismo de mercado. Além do mais, ser exportador de um único produto valioso não é algo que garante riqueisa para todo o povo - vide Oriente Médio.
Penso que, se algo realmente atrapalhou o Brasil, esse algo ocorreu até depois da independência, quando continuamos dependentes economicamente e não houve investimento em industria de base própria - não houve "alinhamento" (essa palavra se encaixa bem em qualquer situação, não?) com o desenvolvimento que se realizava fora. Porque estavamos ocupados produzindo um só produto, continuando o modelo da colonização.
Sim, trivial, meu caro. Mas também podia ter sido pior. Se tivessemos sido colonizados por espanhois, o estrativismo seria tamanho, e tão sem outras alternativas, que poderíamos ter, ainda hoje, um desenvolvimento agropecuário e industrial mais precários. E pior, teríamos muito provavelmente um território fragmentado. Ou seja, eu provavelmente seria estrangeiro ao viajar para o Rio de Janeiro. Isso certamente pioraria ainda mais a rivalidade entre os times de futebol.
Bem ou mal, a unificação promovida pelo modelo não tão sustentável de colonização portuguesa produziu um país que tem fronteiras com outros 10 (não me lembro se há outro com mais), com uma cultura de realtiva aceitação de diferenças - sem gerras há mais de 100 anos - e que deixou alguns potenciais econômicos para a geração atual gerir (e não vou comentar a venda da Vale porque vão dizer que sou petista. Mas nada contra o PT).
Isso quer dizer que eu acredito no Brasil será a maior potencia do mundo, que tudo vai dar certo no final e House e Cuddy vão realmente se casar? Não. Mas, se não seremos os mais desenvolvidos, acredito que temos potencial para sermos os mais felizes.
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