terça-feira, junho 30, 2009

Everybody's Changing

Meu mais antigo amigo, filósofo criativo e sujeito ateu há mais de dez anos, cortou longas madeixas e se converteu ao Luteranismo. Estranho-estranho-estranho. Errado? Não, de forma alguma. Não é possível acretidar que alguém viva sempre pelos mesmos valores, sempre do mesmo jeito, sem nunca metamorfosear. Querem prova maior que abaixo?



O menino de blusa vermelha - canto superior esquerdo da imagem - fazendo essa cara tímida e inocente, sou eu. Eu era tímido e inocente. Ainda sou, mas não sou, não da mesma forma. O menino fazendo chifrinho em mim é o Janos, e sim, nós somos amigos desde que consigo me lembrar. E isso me lembra que eu tenho muito poucos amigos, ou talvez eu os distingua de outros viajantes que poderia considerar mais. Eu ainda não sei. Porque às vezes parece que todos estão mudando e eu talvez não me sinta tão bem com isso.

Tão pouco T________e________m________p________o

Tanto que dá pra perder o quanto ainda dá para se sentir o mesmo. Eu tento guardar os pedaços de quem eu sou no meio de um furacão de prazos-metas-objetivos-seleçõe-sagrados-artigos-treinamentos.

Riobaldo diz Viver é perigoso, menino! mas o medo que se tem é o de ser tomado, arrebatado pelo fluxo do grande rio.

Sempre que eu desejei muito que algo acontecesse, nunca as minhas escolhas eram as mais corretas. O meu maior medo talvez seja perceber agora que eu nunca estive no controle. Eu sempre fui escolhido pelas melhores coisas que me aconteceram: no amor, no intelecto, na vida profisional.

Hoje, eu tenho certeza de que eu tanto caí apenas para aprender a ficar de pé. E não tenho mais medo de estar entando fazer um movimento só para continuar no jogo. Mudei de atividade três vezes em um ano, e agora mais uma vez aceito o desafio do eterno caminhar. Talvez esse seja meu maior vício.

Nas veredas eu agora me perco. A diferença é que não mais tenho tanta pressa em me achar.

Um comentário:

Ana Flávia Alberton disse...

Acredito que a gente se encontra todas as vezes que nos perdemos um pouquinho. O negócio é ter o coração aberto para o que a vida nos traz e para aquilo que plantamos, até mesmo sem perceber.

O negócio é caminhar, sempre.

Te amo.