terça-feira, agosto 26, 2008

... e os olhares se calam

Seria comigo tragicomédico se não fosse a mais pura verdade, o mundo pára para ver as coisas mais toscas e inúteis passarem e nunca se lembram do que realmente importa na vida porque há muito desaprenderam o que devia ser importante. Os vendedores nas portas das lojas não procuram mais crientes, as mães se e sobressaltam no meio do passeio com filhinho e cachorro, o tio do sorvete fica longamente segurando uma casquinha e no meio da tarde parece que até o vento se rendeu e parou pelo cansaço, pararam para ver a paródia da vida, a promessa recilada, para ver o barulho passar. Você pensa como pode ser possível, como uma cidade dessa cheia de povo gente arvores frutas trufas pessoas correndo mamães passeando com filhinho e cachorro e outras gentes que nunca param para ver a vida passar param desdem aprodrecem só para ver meia dúzia de carros velhor passando músicas recicladas de homens reciclados nos outdoors reciclando funções públicas. Eles estão brincando, eles não pararam para ouvir a ladainha, estão todos se fingindo de bestas espertos e vão cair na risada tão logo o parulho passe pela rua lentamente até se cansar de ser importuno e levar usas bandeirolas para bem longe; mas não é mesmo o que está parecendo, está parecendo que eu sou o único que se incomoda e que o mundo cansou de brigar e vai continuar fazendo tudo do mesmo jeito porque nunca houve nada diferente a fazer e desaprendeu-se a aprender a diferenciar mesmo as menores migalhas entre o que é barulho e o que é política: e você está no meio de tudo isso, você está entre o tio do sorvete olhando besta e o filhinho olhando o cachorro e os vendedores que pararam porque o mundo parou, e o gaulho está em todos os lugares, está na TV está no rádio está na rua e na minha cabeça explodindo e exigindo atenção até na sua própria falta. Você já não consegue acreditar que as pessoas aguentem tudo aquilo sem engolir seco, e você olha para as gargantas delas, verifica e nada, nem um suspiro descontente. O mundo está morto, agora dentro do meu bolso e na frente dos meus olhos e na tela da TV.

QUATRO ANOS É MUITO TEMPO

Voltinha celular sapateado. Existem coisas que não cabem a um órgão público, uma delas é gastar rios de dinheiro servindo cafezinho pra aspones e demais folgas nas autarquias Brasil afora e voltinha celular sapateado mas a pior delas são órgãos como Assembléias Legislativas e Senado Federal gastar com propaganda. Pra que diabos o Senado por exemplo quer fazer propaganda? o que vai divulgar a campanha? venda de senadores? só pode. Não há o que divulgar, todo mundo sabe que terá de votar e que tem depensar e ameaçar com quatro anos de miséria um não funciona quando um povo não sabe o que é viver fora dela nem que existe uma câmara de deputados em todas as unidades federativas, e eles estão lá, pelo menos na teoria pra servir o público e não há necessidade de dizer OLHA GENTE EXISTE UMA ELEIÇÃO PELA FRENTE>>>>>>>>>>>>> >>>>>>>>>>>>>>> Existem propagandas que são essenciais, o Ministério da Saúde se vale de muitas delas para informar o cidadão geralmente em horário nobre e não custa barato, e a campanha da vacinação contra a Rubéola tão em voga no momento; porque as gotinhas não vão pagar pro horário na TV, nem usam outdoors e nem banners em carros e nem barulho. Faz toda a diferença. Que os cadidatos se encarregem do barulho eu até entendo o que me fura o olho é que alguém pare para olhar.

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